quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

[GAME] Kotatu - Reaper of Souls é a esperança de redenção para Diablo III.



“Use essa dificuldade caso esteja há alguns meses sem jogar”. Essa é a descrição para a dificuldade normal da expansão Reaper of Soulsde Diablo III. Isso quer dizer que a Blizzard sabe muito bem qual será o grande desafio a superar com esse novo capítulo de Diablo: reconquistar todos aqueles fãs que, por dezenas de motivos, abandonaram Sanctuary aos caprichos do capeta.
Felizmente, Reaper of Souls parece mesmo investir tudo nesse resgate da confiança dos fãs. O DLC traz aquilo que muitos pediam desde o lançamento do game em 2012: um sistema de loot melhorado, um endgame mais imersivo e interessante, o fim da casa de leilões e tantas outras belas novidades que balanceiam o game e o tornam verdadeiramente cativante.
Eu tive a oportunidade de testar a expansão do jogo, e vou tentar explicar aqui porque acredito queReaper of Souls pode ser a salvação de um jogo fadado ao esquecimento.

“Volta pra mim?”

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Vamos começar tocando a real: Diablo III pode ser ótimo, mas é um fracasso em termos de retenção de jogadores. Em pouco mais de um ano após seu lançamento, não vemos muita gente interessada em continuar suas aventuras pelas terrinhas de Deckard Cain.
Eu realmente gostei de Diablo III quando ele foi lançado, e joguei-o com empenho e bastante amor por meses. Mas perdi o animo e deixei meu pobre bárbaro e minha triste caçadora de demônios abandonados pelos servidores do game.
Os motivos para esse abandono por parte dos jogadores são muitos, mas a maioria deles poderiam ser resumidos em uma única frase: não há muito o que fazer em Diablo III depois que você termina a campanha principal. Nada, além de uma repetição um tanto sem sentido que soa mais como trabalho do que diversão.
É isso o que a Blizzard está tentando reverter em seu novo DLC, em uma luta infernal para reconquistar sua atenção e mantê-la viva por muitos anos. As mudanças são muitas, e começam no nível mais fundamental e essencial da experiência de Diablo: seu sistema de loot.
Não há como negar que boa parte do tesão de Diablo está em ver aquela espada com nome laranja pulando do corpo de um monstro recém-eliminado, dando três piruetas e caindo aos seus pés pronto para substituir o que quer que você esteja carregando em suas mãos. Mas a casa de leilões e suas implicações na economia do game matou boa parte desse tesão. Nenhum item tinha a mesma graça e brilho quando você via milhões de cópias deles à sua disposição por alguns dólares (ou algumas pilhas de ouro).
Foi um imenso tiro no pé, mas a Blizzard teve a dignidade de assumir o erro e anunciar o fechamento do serviço para março do ano que vem. Sem a casa de leilões, ganhamos a certeza de que cada item que você pega irá parecer mais importante e único. E essa é uma das grandes promessas que acompanham Reaper of Souls.
Além de remover o serviço de compra e venda de itens, a Blizzard também está reestruturando todo o sistema de loot do game para a expansão. Ver uma arma ou armadura, quaisquer que sejam suas qualidades, se tornou mais raro. E quando algo aparece, provavelmente vai ser relevante para o personagem que você está usando.
Quando você mata um chefe pela primeira, tem a garantia que vai ver um item de qualidade rara ou superior caindo. E vai ter a garantia de que aquele item é feito especialmente para o seu personagem, em vez de algo genérico construído para ser vendido ou trocado com outros jogadores. Se continuar matando o chefe, sabe que eventualmente vai encontrar algo melhor. Agora somos compelidos a continuar lutando em busca de itens melhores e melhores, e o eterno ciclo vicioso de caça ao tesouro que Diablo II inaugurou finalmente encontra seu espaço em Diablo III.
Era tudo o que queríamos, não é mesmo?

Brutal, macabro e cinza


Outra coisa que muda para a melhor é a dificuldade geral do game. Em Reaper of Souls, quase fui massacrado com meu bom e velho Bárbaro ao tentar retomar o jogo de onde havia parado. Fiquei mal acostumado com o poder dos meus heróis, sempre capazes de drestruir tudo à frente deles com pouca resistência, e fui pego completamente desprevenido.
A expansão deixa tudo mais brutal e arriscado. Os inimigos estão mais fortes, mais violentos e mais resistentes, sua barra de vida derrete em poucos segundos, e morrer volta a ser uma preocupação constante mesmo nos níveis de dificuldade mais tranquilos.
Os monstros de elite, sobretudo, estão realmente perigosos. Mesmo no modo normal, você corre o risco de ser congelado, envenenado, explodido e obliterado por um pequeno grupo desse tipo de inimigo. Com isso, aquela boa e velha tensão preocupante de estar sempre a alguns passos de seu fim assume o lugar do mero violentar de mouse descerebrado que Diablo III algumas vezes promovia. Você precisa pensar, se movimentar, usar as habilidades certas – ou morrer tentando.
Só gostaria que a morte não parecesse uma punição tão pouco severa para seus erros. Nesse aspecto, nada mudou. Ao morrer, perdemos 10% de durabilidade em nossos equipamentos e só. Queria ver o quão desesperador seria caso a morte trouxesse o risco de perdemos dinheiro, experiência ou até mesmo equipamentos. Eu sinto que a Blizzard tem um pouco de medo de não sabermos lidar com esse tipo de frustração, mas eu acho que as recompensas do game seriam muito mais emocionantes caso os riscos também fossem. Espero que a Blizzard tome algumas lições deDark Souls e melhore isso.
Se você era um daqueles que reclamava de Diablo III ser muito colorido, também vai ter razões para comemorar. A expansão não muda a pegada dos primeiros quatro atos, mas introduz uma nova campanha tão macabra e sombria quanto você sempre sonhou. Pode soltar aqueles fogos.
Os cenários pesados e góticos do quinto ato, junto com seus monstros realmente ameaçadores e um clima geral bastante melancólico, nos remetem ao melhor de Diablo II. Os calabouços são mais escuros e mais sutis do que os que encontramos na campanha principal, e o tom épico da história deDiablo III dá lugar a um clima sinistro e ameaçador.
Vou evitar contar detalhes da história do quinto ato aqui, mas posso dizer que ela parece muito bem amarrada com o resto do game, atando nós soltos que haviam sido deixados para trás e introduzindo revelações importantes para o mundo de Sanctuary.

Um novo herói para um novo jogo

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Também tive a oportunidade de testar o Cruzado, a nova classe que acompanha a expansão. E apesar de ser para lá de cliché, ela é, sem sombra de dúvidas, uma das mais divertidas e interessantes que o game tem a oferecer. Talvez se torne a minha favorita, para falar a verdade.
Se você esperava um paladino 2.0, pode se desapontar um bocado. O cruzado certamente se inspira no popular herói de Diablo II, mas muda bastante coisa na brincadeira. As auras para auxiliar seus colegas ainda estão lá, mas todo o resto parece ter sido feito sob medida para essa nova fase queRoS está inaugurando.
Na hora de partir para a porrada, o Cruzado parece um bárbaro com mais alcance. Ele é extremamente móvel, usando investidas de escudo para ir de um lado a outro do campo de batalha rapidamente, enquanto causa dano a vários inimigos com suas habilidades de controle de área. É uma festa de martelos, escudadas, auras e raios divinos que acabam em uma explosão de sangue e vísceras dos seus inimigos.
As outras classes do jogo também passaram por reformulações importantes. As habilidades menos usadas de cada uma das classes foram rebalanceadas para se tornarem mais interessantes e relevantes no jogo, te deixando com a certeza de que é realmente possível criar personagens com builds únicas sem correr o risco de ficar fraco ou indefeso no campo de batalha. Pode se preparar para ver a tão prometida variedade de heróis que sempre sonhamos em um jogo da série.

Clássico atrasado

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De modo geral, Reaper of Souls parece finalmente ceder ao clamor popular por um jogo mais parecido com Diablo II, e no fim das contas isso é uma coisa boa. Com a expansão, o jogo se torna mais desafiador, mais recompensante e mais equilibrado em todos os aspectos – como deveria ter sido desde o primeiro dia.
Não vai ser fácil para Diablo III se livrar do estigma criou para si mesmo, mas a Blizzard parece estar dando passos largos no caminho certo. E se jogar suas cartas direitinho, a empresa pode conseguir o que parece impossível: trasnformar o terceiro game da série em um clássico tão memorável e duradouro quanto foi o seu antecessor.
Vamos todos rezar para que Tyrael realize esse sonho. Reaper of Souls será lançado em 2014, mas vale lembrar que boa parte das novidades discutidas acima (com exceção do Cruzado e do quinto ato) estarão disponíveis gratuitamente através de uma atualização que acompanhará a expansão.

Fonte: Kotaku

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